terça-feira, 6 de setembro de 2011

ela #3



A tarde estava bonita, e o sol que espreitava no céu azul convidava a sair. Depois de uma chamada perdida e um par de mensagens, sentiu-se arremessada para o passado... Se calhar era a prova de que o tempo não apaga tudo, e se calhar não apaga mesmo nada. Ponderou, e foi. E foi bom perceber que ambos tinham crescido. E que nem ele era o príncipe encantado montado num cavalo branco, nem ela era a princesa de vestido às flores sentada num vão de escada. Mas apesar disso tudo, o brilho nos olhos mantinha-se lá. Os risos e os sorrisos sinceros, mesmo passado tanto tempo, ainda existiam. Já não diziam o mesmo, nem podia ser assim. Agora traziam histórias de 7 sóis e 7 mares. Sorrisos e lágrimas de vidas cheias que se voltam a encontrar. Saíra de casa com medo, mas voltou com um sorriso, daqueles que provam que há mesmo coisas que são eternas. E que, às vezes, o passado não é para enterrar num baú de recordações com um qualquer autocolante. E todo este tempo depois, daquele rapazola despenteado de outros tempos restava apenas o sorriso branco e o brilho nos olhos, e da menina bailarina tinham apenas ficado os caracóis despenteados e os olhos grandes. Mas, pensou ao chegar a casa, foi bom vê-lo e mostrar-lhe que o tempo já a tinha ajudado a tornar-se mulher...

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