sábado, 30 de julho de 2011

aTreve-te

É tarde, mas por aqui o sono ainda não chegou. Acordei tarde, e se calhar é isso que não me deixa dormir. Ou, se calhar, são outras tantas razões que também existem mas que não estão tão diante dos olhos quanto os ponteiros do relógio. Ali fora, ao abrir da porta do quarto, empilham-se os vultos de malas e sacos-cama. Cá dentro, vai-se arrumando a vontade de ir, ao lado das inquietações que assolam o espírito antes das aventuras. Pode ser bom, se eu quiser. Arrisco mais: pode ser bom, se eu deixar. Pode ser bom, e vai ser bom. E não estou longe nem perto, porque nestas Questões as distâncias não se medem; estou aqui, em Ti, como sempre. Mas não quero, simplesmente, deixar-me estar, deixar-me andar, deixar passar, ver fazer, ver viver. Não quero trocar as voltas (as minhas) e continuar a sussurrar ao meu ouvido que está certo e é por aqui.
É tarde, e o sono teima em não vir. São Paulo um dia encontrou-se com Cristo, e foi um encontro tão marcante que ele até mudou de nome! "Precisas de te converter..." Pode ser bom. Pode ser possível, se eu quiser. Se eu escolher, todos os dias, em todos os 'agoras'. E quando penso no que pode ser, percebo sempre que sou tão pequenina. E que, ainda assim, é com esta pequenez (apesar do meu ego e do meu mau feitio, que são grandes!) que me queres. É este pouco que sou que queres que seja todo para Ti. E eu, que me acho tão XPTO, preciso que me grites isto aos ouvidos e mesmo assim fico na mesma.
É tarde. E será mesmo? É agora, e o momento tem que ser este. E pode ser este, se eu quiser que seja, se eu deixar que seja. Não se pode ir alimentando um leão só porque se tem medo de o matar. Ou, às tantas, é o leão que nos mata.
Afinal, não e tarde...

(muito baixinho, misturada com o silêncio, ecoa uma voz: aTreve-te... aTreve-te... aTreve-te!)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

late in the night

agulha, linha e pedaços de almas...

e, assim, o preto pinta-se a muitas cores

quarta-feira, 13 de julho de 2011

de repente...

E eis que voltam as férias. O verão, o calor, o mar... E a vida que se faz de Setembro até Julho fica em stand-by.
Foi um ano grande.
De repente, olho para trás e vejo-me outra vez no fim de Setembro de 2010. De olhos fechados, parece que foi ontem. A chegada de tantos bichos que ainda não eram os meus. Mais tarde, a capa benzida. As noites regadas a sorrisos e outras bebidas. As gordas do Capítulo. E o trabalho que nunca parou durante aquele 1.º semestre que parecia não ter fim. Amores e desamores à mistura, e uma 'Promessa' feita. De repente, estou a entrar no DPSM. De repente, já estou na Medicina. E, entre uma higiene e outra, a TESESJD ganha um festival. Vem a Queima, e uma semana de festa quase já em jeito de despedida do 2.º ano que estava no fim. Num estalar de dedos, o caminho faz-se todos os dias para o Hospital da Misericórdia. A Feira, e o 320. E os amigos que se contam pelos dedos.
De repente já estou em Viana, com a garagem cheia de caixas e caixinhas porque a casa em Évora já está vazia, e ainda não há outra. De repente, cada um já está na sua casa, na sua vida de verão... De repente, Évora parece mais longe do que nunca, e as saudades daqueles que se foram escolhendo para todos os dias vão aparecendo. Ficaram o alentejano que um dia foi madeirense, e o ribatejano que canta o fado. E havemos de nos encontrar por aí!
E, eu sei, vai passar a correr. E também sei que quando voltar, com a capa colorida a emblemas de muitas cores, vai parecer que nunca saí da cidade do Templo. Verdade seja dita, quando voltarmos vai ser tudo diferente. O mano, a cunhada e mais um punhado de gente boa já são finalistas. A madrinha já vem de anel de curso no dedo, qual Enfermeira recém licenciada. E os bichos do 19.º já são Srs. Enfermeiros...
Será o que tiver que ser. O tempo passa a correr, de qualquer forma...
Deixo esta música, em jeito de recordação pelo ano que passou, e porque sei que marcará sempre este 2.º ano do caminho rumo à Enfermagem. E fica para aqueles que sempre se mantiveram, para aqueles de quem me fui afastando, para aqueles que conheci este ano, para aqueles de quem me aproximei... De uma forma ou de outra, todos marcam o meu caminho.