terça-feira, 23 de setembro de 2008

Frutos da distância...

Estava hoje a pensar que ainda não me sinto em casa aqui em Lisboa, mas que, pensando bem, também já me sinto ligeiramente deslocado quando volto a casa.
E ocorreu-me que possivelmente daqui a um tempo as pessoas que há uns meses faziam parte do meu dia-a-dia já vão estar habituadas a estar sem mim... E eu sem elas...
Não sei se isso me agrada. Não sei até que ponto isso não significa perder o meu espaço nas suas vidas.
Por outro lado, também sei que a ausência física não é importante comparada com a presença no coração. Não sei até mesmo se a ausência física não aproxima o nosso coraçao dos corações daqueles que deixámos mais longe...

Deixo uma pequena história que se passou comigo no fim de semana e que me fez começar a pensar neste assunto.
No sábado a minha mãe diss-me "Tens que dar a tua chave de casa à tua irmã, porque ela não tem e precisa de uma."
Na altura respondi automaticamente que não; que fizessem uma cópia para a miúda porque a minha chave era minha.
Só mais tarde é que percebi que pareceu que me queriam tirar um pedaço da minha casa, da minha família.... Pareceu-me quase que aquilo que um dia tinha sido "nosso" era agora só "deles"... A casa, sim; mas também a partilha diária, os assuntos, os problemas, os momentos de riso eufórico!

E sinto-me bem aqui, mas há um pedaço de mim com cada uma das pessoas de quem gosto e que não tenho aqui, ao estender o braço...

2 comentários:

Bruno Conchinha disse...

É tudo isso que também não quero perder... Mas vá a minha mãe não me vai tirar a chave, há la muitas, lol... Quando chega a esta hora, penso em tudo e mais alguma coisa, aquilo que nao deveria pensar... É assim que me encontro...

C disse...

ver-vos falar destas coisas, acaba por ser reviver. também eu já sai da minha casa para estudar, ganhei outro espaço e não perdi o meu, o meu canto. é um mundo novo que se aprende, novas pessoas, novas escolhas. só nos compete delinear o que queremos. gosto de vos ver falar/comentar. é a novidade que vos inquieta. depois vem o mundo do trabalho e voltarão a passar plo mesmo.
e cá estarei p vos ver.*