sexta-feira, 15 de junho de 2012

desinfecção.

Deixei amolecer o calo que já tinha, e fui desgastando, desgastando, aos poucos e poucos. E às tantas onde antes havia um calo já estava uma ferida outra vez, e já sangrava, mas eu não sentia. E agora sinto. E já não é só uma ferida a sangrar, mas uma hemorragia daquelas que assustam. Há sangue por todo o lado e eu... não me consigo estancar. Já não sei onde começou, nem sei bem o que é preciso para parar. Se calhar, só é preciso parar e olhar a ferida outra vez, com olhos de quem tem tudo para a ajudar a fechar. Se calhar, só é preciso limpar com um bocadinho de soro as impurezas que se foram instalando e que agora alimentam a infecção. Se calhar tenho que marcar na agenda umas horas para tratar disto. Se calhar temos que olhar para isto...

terça-feira, 13 de março de 2012

estamos perto

É incrível o mundo que se esconde por trás destas duas palavras. Estar perto é estar presente, é estar junto, é partilhar. Estar perto é conhecer, acompanhar. E isto não tem nada a ver com metros e quilómetros. Não tem nada a ver com e-mails, cartas e telefonemas. Estar perto, fazer-se perto, é muito mais do que parece. Nos últimos tempos tenho percebido o poder do silêncio na gestão destas coisas da distância e do tempo. E se em tempos houve coisas que não percebi, hoje sei que estar perto é tão verdade quanto mais verdadeira for a vontade de se fazer sentir presente. Porque partilhar a vida é muito mais do que dois dedos de conversa, é muito mais do que uma noite de folia, é muito mais do que uma refeição à volta da mesa. Porque partilhar a vida, às vezes, é mesmo o silêncio. O silêncio gritante, de quem se faz presente, de quem se sabe presente do outro lado. Estar perto pode, portanto, não ser verdade para aquele que se senta ao meu lado todos os dias. E ser verdade para aquele que, apesar de eu não ver, sei que está ali. A certeza da presença do outro, que só é possível com elevadas doses de confiança, é a segurança necessária para se poder afirmar que "estamos perto"...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Queria mesmo escrever qualquer coisa com pés e cabeça. Definitivamente, hoje não é o dia. A confusão reina. As desilusões sucedem-se. E a necessidade de silêncio impera. No fundo, aquilo que fica é sempre o mesmo: o Amor.

noites alegres, e manhãs também

As circunstâncias que nos rodeiam influenciam as nossas atitudes. E isto é um dado adquirido. Como se não bastasse, as circunstâncias mudam rapidamente, muito rapidamente. E aquilo que há pouco tempo era assim, agora já não é. E é por causa deste jogo de influências que eu gosto de, na medida em que posso, construir as minhas próprias circunstâncias. Há escolhas que são minhas, que dependem apenas do meu sim ou não, vou por ali ou por aqui, fico onde estou ou mexo-me... Há escolhas que, se eu não fizer, ninguém pode fazer por mim. E os amigos são, cada um deles, uma dessas escolhas. A noite de ontem foi, como já vem sendo hábito, pouco programada e muito animada. Ao jantar éramos dois; em casa da terceira também estava a quarta, e o quinto chegou mais tarde. Entre uma risada e outra, uma história de outras aventuras vividas, partilhámos esperanças, medos, desilusões, sonhos. E a sala que antes estava vazia ficou cheia do que nos enchia a alma. E, à conta da noite de ontem, hoje acordei muito bem-disposta!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

a estrear

Começou ontem um ano novinho, a estrear. Conversava ontem com um amigo que o ano novo não traz nada, nós é que devemos trazer os nossos projectos, os nossos desejos, a nossa vontade para o novo ano. Este ano pode ser o que eu quiser. Quero que seja tempo de crescer, e de descobrir. Quero que seja um ano para amadurecer e para aprofundar. Quero que seja um ano para descobrir em cada manhã o sentido do caminho que vou traçando. Quero que seja um ano em boa companhia. Vai ser um ano feliz. Podia escrever que o início vai ser difícil, mas prefiro dizer que o início vai ser diferente, desafiante até. Vai ser bom, sei que sim. Quero que seja um ano de crescimento pessoal, um ano cheio de dias para me conhecer cada vez melhor. Quero que seja um ano de crescimento na Fé, um ano cheio de dias para aprofundar cada vez mais o projecto que Deus sonha para mim. Quero que seja um ano de crescimento nas relações, um ano cheio de dias para ser cada vez mais una com o outro. E quero que seja um ano de Amor, daquele verdadeiro, que dói mas enche (e o início, pelo menos, faz prever que será). Quero que este ano, a estrear, seja cheio de dias de vida, e que não me escape o tempo pelas mãos.